Ísis de Oliveira fala da união com cantora Simone e garante: "Nunca fui sustentada por ninguém!"
Redação SRZD | Paparazzi | 11/09/2009 17h27
Em entrevista a revista "Joyce Pascowitch" deste mês, a atriz Ísis de Oliveira, irmã de Luma e ex-companheira da cantora Simone, solta o verbo e fala sobre suas uniões e sobre projetos profissionais.
Sobre os sete anos de casamento com Simone, Ísis foi um pouco negativa. "Foi engano" disse a atriz sobre a união. Mas ela não parou por aí, afirmou que merecia o título de "personal stylist"da cantora, já que escolhia modelitos e dava sugestões sobre o estilo de Simone durante todo o tempo em que estiveram juntas.
Ísis garante ser responsável por sutiã meia-taça, do LP de Simone em 1989, e pelo cabelo molhado da produção de 1988, "Sedução". Ela ainda revelou o motivo de seu empenho. "Eu sabia que podia deixar aquela pessoa mais bonita e mais feminina", contou.
A atriz também falou de outros tabus a seu respeito. Desmentiu todas as especulações sobre ser sustentada pela irmã Luma. "Nunca fui sustentada por ninguém! Em todos os meus casamentos, sempre dividi as contas, quando não bancava tudo sozinha", revelou Ísis. O único tipo de auxílio que admite ter recebido da irmã e do ex-cunhado, Eike Batista, é para viagens. Ela conta que já foi convidada, algumas vezes, para fazer viagens com o então casal.
Ísis também falou à publicação sobre planos profissionais e afirma que deve estrear no cinema. Ela contou que um diretor andou sondado-a através do Orkut, e que está estudando dois roteiros. Com muito bom-humor, Ísis afirmou que tem muitos planos de trabalho, que não para de jeito nenhum. "Volto, nem que seja para fazer uma avó", finalizou.
'Corpo e alma': a superprodução que marcou o auge popular para Simone
Leonardo Guedes | Música | 13/05/2010 08h13
Num tempo em que "loja de disco" não era uma expressão (como é hoje em dia) rara e restrita a alguns colecionadores, e sim uma coisa tão comum quanto comprar uma televisão numa grande rede varejista, pelo menos dois artistas de MPB tinham seus lançamentos ansiosamente aguardados, a ponto das pessoas fazerem fila nas tais lojas de disco, antes de suas portas serem abertas: Roberto Carlos e Simone.
Não por acaso, os dois eram da mesma gravadora em 1982, a CBS, e naquela época a ideia era fazer da cantora baiama um Roberto Carlos em versão feminina. O lançamento ansiosamente aguardado era "Corpo e alma", com uma Simone ainda capaz de lotar ginásios e estádios em shows e ter direito a especiais de TV anuais na "Rede Globo", tal como Roberto. A superprodução teve boa recepção por grande parte do público, mas alguns críticos mais exigentes não tiveram uma boa impressão. Na imprensa especializada, citava-se a sensação de ouvir a mesma música, por conta da semelhança perceptível entre uma faixa e outra (em especial, nas cordas e pianos presentes nas introduções). Há, entre esses críticos, quem considere "Corpo e alma" o início do empobrecimento do repertório de Simone, num excesso de romantização pop que culminaria no início da década de 1990 com poucos discos divulgados e quase nenhum sucesso em evidência. Exatamente neste momento, "Na veia", sua última produção (pela gravadora Biscoito Fino), passou despercebida. Pena. Simone não merecia se perder.
Espiritualizada, a ideia da cantora era apresentar suas impressões e expressões sobre o corpo (lado A) e a alma (lado B). A capa já dava as explicações iniciais: num cenário branco, ela esbanjava força e erotismo expondo suas belas curvas, agradando em cheio a todos os gostos.
E assim foi: a primeira faixa do lado A se chamava "Corpo" e a primeira do lado B se chamava "Alma". Nas duas músicas, ambas de Sueli Costa e Abel Silva, Simone deixava nítidas todas as suas intenções, físicas e espirituais. Em "Corpo": "Só quero o teu corpo, quero te dar o meu / A tua alma guarde pra se entender com Deus / Ou não, quero o teu corpo / E dentro dele, o coração". Em "Alma" (que teve sucesso nas rádios): "A minha alma tem / Um corpo moreno / Nem sempre sereno / Nem sempre explosão / Feliz esta alma / Que vive comigo / Que vai onde eu sigo / O meu coração".
O samba-rap "Tô que tô", dos gaúchos Kleiton e Kledir Ramil (já conhecidos pela exaltação sulista "Deu pra ti"), também obteve popularidade por ter sido tema de abertura da novela "Sol de verão", da "Rede Globo": "Vem cá de qualquer maneira / Balança minha roseira / Me bate de brincadeira / Me chama de traiçoeira... Menino, mas que zoeira / Cadê meu advogado? / Eu tô que tô". Esta era a última faixa do lado "Corpo", que também continha o samba "Embarcação", de Chico Buarque e Francis Hime ("Eu te dei certeza da certeza do meu coração / Mas a natureza vira a mesa da razão"), a balada "Amor", de Ivan Lins e Vítor Martins ("Vem me encantar, me tirar dos confins / Fazer festa pra mim / Vem coração / Acender meus balões, minhas paixões") e uma rara incursão de Simone pela composição, em "Merecimento", uma parceria com Abel Silva, onde expressa sua sedução sem pudor ("Ai, menina / Minha sina / Te quero, venero / Teus ciúmes / Teus impulsos / Espero, eu quero").
No lado "Alma", Simone destacava sua religiosidade em "Louvação à Mariama", trabalho de Milton Nascimento, Pedro Tierra e do bispo católico Dom Pedro Casaldáliga feito para o musical engajado "Missa dos quilombos" ("Encoraja os gritos, acende os olhares / Ajunta os escravos em novos Palmares / Desce novamente as redes da vida / Do teu povo negro, Negra Aparecida"), e também atenção à natureza em "O sal da Terra", um clássico de Beto Guedes em parceria com Ronaldo Bastos ("Vamos precisar de todo mundo / Um mais um é sempre mais que dois..." e por aí vai). Há ainda a positivista "Olho do furacão" (de Sérgio Sá) e, encerrando de modo encantador, "Alfonsina y el mar", joia latino-americana conhecida na voz de Mercedes Sosa. A música é baseada em uma história real e infeliz: a personagem do título é a poetisa argentina Alfonsina Storni. Ela cometeu suicídio por afogamento no fim da década de 1930, após meses de depressão devido à um câncer. Simone fez a interpretação ideal para a comovente letra, que descreve de forma poetica a partida de Alfonsina para seu triste destino: "Te vas Alfonsina con tu soledad / Que poemas nuevos fuiste a buscar? / Una voz antigua de viento y de sal / Te requiebra el alma y la está llevando / Y te vas hacia allá como en sueños / Dormida, Alfonsina, vestida de mar".
Nos vídeos, as interpretações de "Corpo" e "Alma", ambas em um show realizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, e transmitido pela "Rede Globo" no início da década de 1980:
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
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